Aprender sempre é da pior forma

Sabado visitei o sitio do meu avô e depois que terminei de comer como de custume peguei o osso e fui até o quintal chamei o Piloto mas ele não apareceu, como já era tarde achei que ele estivesse durmindo.
Pra quem não sabe, ele é o cachorro do meu avô, um vira-lata com certa aparencia de lobo, que em pé fica bem maior que eu. Eu não me lembro de quando ele entrou na minha vida, acredito que desde que me entendo por gente ele já estava lá, sempre que chegavamos lá ele vinha com uma alegria estonteante nos receber, sempre que estavamos fazendo alguma coisa ele sempre estava perto, e quando meu avô ia para a roça ele sempre estava junto, quando eramos criança ele nos deixava munta-lo sem o menor problema. Algumas pessoas levam muito em conta a raça do cão pra dizer sua personalidade, mas acho que se copiassem seu gene vira-lata daria uma otima raça. A ultima lembrança que tenho é nas ferias em meu tão querido tédio eu passei uma tarde inteira comendo banana e dando banana pra ele. Enfim durante toda a minha vida, ele sempre esteve ali nos melhores momentos possiveis.

Há alguns dias atrás, estava conversando sobre livros com uma amiga, e ela comentou que chorou ao ler Marley e Eu, eu ri um pouco dela afinal era um cachorro e cachorros morrem, isso é muito natural.

Depois que terminei de jantar e não achei meu fiel comedor de ossos de todas as vezes, fui para a casa das minhas primas e lá, mais tarde minha prima comentou que ele havia morrido, na hora eu não pude me conter e chorei de um jeito que já fazia um ano e um mês que eu não chorava. Chorei a dor da perda, uma pessoa estranha que estava lá até deu uma certa risada de mim e na hora eu me lembrei do fato ocorrido há alguns dias atras. E na hora que eu tive essa noticia eu me lembrei de que eu não sabia mais como era chegar lá e não ter ele abanando aquele rabão, latindo de felicidade, eu não sabia mais aonde eu colocaria os ossos e restos de comida depois de acabar de comer, lá tem outros cachorros mais eu tive a certeza de que nao haveria mais ele, e logo não haveria mais boa parte. No outro dia quando voltei pra lá a primeira coisa que me fez falta foi ele lá abanando o rabo pedindo um cafuné. E eu não pude conter as lagrimas novamente assim como não pude as conter agora.
As vezes nós pensamos que somos fortes mas vem a vida e nos ensina da pior maneira que somos fracos e dependentes de tudo que nos cerca. Valorizar a vida tem que ser agora, tem que ser pra sempre e com a maior intensidade já vista porquê em um segundo ela pode acabar e quais serão as lembranças que vamos carregar.
Talvez você leia isso e me ache babaca e sentimentalista, mas eu nao ligo.